A Secretaria da Receita Federal e a Polícia Federal realizaram nesta quinta-feira uma operação de combate à corrupção que levou à prisão de oito pessoas – incluindo cinco servidores da Receita Federal de Osasco, na Grande São Paulo – e o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão. Um doleiro e dois parentes de servidores também foram detidos. A estimativa é que a quadrilha pode ter provocado um prejuízo de R$ 3 bilhões aos cofres públicos, em um esquema que estaria em funcionamento desde 2003.
Foram apreendidos R$ 12,8 milhões em cédulas de reais, dólares e euros. O dinheiro foi encontrado em fundos falsos, caixas de leite, closets e forros de residência. Na casa de um único auditor, foram localizados R$ 6,3 milhões. O valor arrecadado pela quadrilha pode ter chegado a R$ 200 milhões. A polícia também apreendeu 11 veículos de luxo. De acordo com a superintendência da Receita Federal, o esquema envolvia a seleção e a programação das fiscalizações. Em um primeiro momento, um auditor que não fazia parte do esquema era escalado para fiscalizar uma determinada empresa ou pessoa física. Depois de calculado o imposto devido, um outro auditor, envolvido com a quadrilha, era escalado e fazia a proposta de diminuir ou cancelar o débito.
As prisões acorreram baseadas em crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha, entre outros. De acordo com Guilherme Bibiani, corregedor da Receita Federal, foi a maior apreensão já efetuada envolvendo membros da entidade.
“O mais perverso desse esquema é que a quadrilha se valia dos bons servidores da casa para assustar os empresários. Eles distribuiam a fiscalização para um servidor probo e isso resultava em um valor expressivo de imposto a recolher. Depois ia um do esquema que se dava a ‘solução’”, afirmou. Estima-se que pelo menos 150 fiscalizações foram fraudadas no período.
De acordo com José Guilherme Antunes Vasconcelos, superintendente da Receita Federal, todas as empresas envolvidas em atos de corrupção terão os seus impostos do período revisados.
“Para o empresário corruptor, há uma péssima notícia. Pagou mal, vai ter de pagar duas vezes. Agora será alcançado pela ação fiscal. Vai ter de recolher aos cofres públicos o dinheiro sonegado, mais multas. As empresas também podem responder ações no âmbito penal. Um recado: a busca da alternativa da corrupção vai onerar a empresa mais dia, menos dia”, disse.
O superintendente da Polícia Federal, Roberto Troncon Filho, afirmou que há mais pessoas a serem detidas. “A investigação ainda deve levar três meses para ser encerrada. Essa é a primeira grande operação, mas não vai ser a última”.
Rodrigo Sanfurgo, delegado Polícia Federal, afirma que os investigados tinham um padrão de vida muito além do cargo que ocupavam. “Ainda não finalizamos a contagem do dinheiro e o montante ainda pode crescer”, disse.
Fonte: Força Tática.
Via 6º BPM
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