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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Nordeste apresenta os maiores índices de crescimento de violência no Brasil

Dados oficiais do Governo Federal apontam que o Brasil ocupa a quarta posição do ranking, entre os 84 países mais violentos do mundo, com uma taxa total de 27 homicídios em 100 mil habitantes. Só perde para a Colômbia, Rússia e Venezuela. Os números brasileiros são ainda 30 ou 40 vezes superiores ao de países como Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Japão ou Egito. Internamente, a Região Nordeste é a que mais apresenta crescimento na violência.  O crescimento da violência no Brasil está associado ao grande número de fatores de risco, como: desigualdade social e econômica, alta proporção de cidadãos pobres e a grande disponibilidade de armas.
Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro são os Estados mais violentos do Brasil, com taxa em torno de 50 homicídios a cada 100 mil habitantes, índice comparável a países africanos, Venezuela e Colômbia.
Estados como o Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte e Santa Catarina são considerados os mais seguros, com taxas em torno de 11 ou 12 homicídios a cada 100 mil habitantes. Os números fazem parte do estudo divulgado este ano pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
A queda da taxa de homicídios no Sudeste e o aumento surpreendente no Nordeste indicam que, nos últimos anos, as capitais e as grandes cidades nordestinas conseguiram superar o eixo Rio/São Paulo em termos de proporções.
Os motivos para esse crescimento estão associados a fatores ligados ao tráfico de drogas, segundo alguns especialistas no assunto. O diretor do Presídio Federal de Mossoró, Kércio Pinto, que já foi Secretário de Segurança Pública de Sergipe e atuou como delegado da Polícia Federal, em diversos estados nordestinos, disse que a droga, em especial o consumo do crack é o principal fator do aumento dos crimes.
"O crack é uma droga barata, pode ser conseguida facilmente e provoca um maior grau de dependência em quem a usa. Com isso o viciado para consegui-la é capaz de qualquer coisa, inclusive de matar e roubar", destacou.
O diretor disse que para combater o aumento da violência é preciso que haja maior participação do Estado, com políticas públicas voltadas para a educação preventiva e não somente repressiva. "Temos que ter um trabalho voltado para a educação, envolvendo família, dependente, sociedade e governo", ressaltou.
Mossoró
O delegado Renato Batista da Costa, que responde pela Delegacia Regional de Polícia Civil de Mossoró, disse que o aumento da violência também é uma realidade em Mossoró. Ele aponta o tráfico de drogas como mola mestra dos crimes. "Mais de 80% dos homicídios que acontecem na cidade está ligado ao tráfico de entorpecente", frisou.
Para Renato Batista, o consumo desenfreado de crack entre os jovens, acarreta sequelas muito grandes nas famílias. "O crack é a pior 'coisa' que já surgiu na sociedade", concluiu.
Nordestinos são os brasileiros que mais temem a violência urbana
De acordo com pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas),  é nesta região do país que os brasileiros mais temem assassinato, assalto à mão armada, arrombamento e agressão física.
Na outra ponta, está à região Sul. São nos três Estados do Sul que os brasileiros se sentem mais seguros, de acordo com o IPEA.
O medo de ser assassinado atinge oito em cada dez moradores do Nordeste: 85,8% dos moradores da região disseram ter muito medo de morrer desta forma. No Norte e no Sudeste, a proporção cai para 78,4%. No Centro-Oeste fica em 75%. Apenas na região Sul, o índice cai abaixo dos 70%, e fica em 69,9%.
Os assaltos a mão armada amedrontam também oito em cada dez nordestinos (80,8%). No Norte, o índice fica em 77,5%. No Centro-Oeste e no Sudeste, o medo atinge 75,7% e 71,9% da população, respectivamente.
Dentro de casa, os nordestinos são os que têm mais medo: 77,4% dos nordestinos têm muito medo de ter a residência arrombada. Nos Estados do Norte, o medo de ser assaltado dentro de casa cai para 65,7%. No Sudeste e Centro-Oeste, atinge 67,0% e 66,2% da população, respectivamente. Nos Estados do Sul, o medo aflige 63% dos moradores.

fonte: o mossoroense

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