Quando o caveirão chegou ao alto do Alemão, no último domingo, a supresa entre rostos assustados e curiosos foi dupla. Fora a pouca resistência dos traficantes, impressionou ver quem saía lá de dentro. Cabelos compridos e ondulados, a soldado Flavia Louzada saltou do blindado da PM com ar de triunfo. O Alemão estava dominado. E ela era a única mulher a viver aquilo de perto.
Aos 29 anos, quatro de PM, ela se ofereceu para participar das operações. Começou a trabalhar na terça-feira da semana passada e só parou sete dias depois. Ferida na primeira invasão por estilhaços de granada, enfaixou a perna machucada, aguentou a dor e só foi ao médico dois dias depois.
— Tive uma consulta na véspera da ocupação. Pedi para o médico me dar uma injeção para aguentar a dor. Não queria perder aquilo por nada — conta Flavia, lotada no 16º BPM (Olaria).
— Tive uma consulta na véspera da ocupação. Pedi para o médico me dar uma injeção para aguentar a dor. Não queria perder aquilo por nada — conta Flavia, lotada no 16º BPM (Olaria).
Preocupação da avó
A moça prendeu um bandido, trocou tiros com traficantes e participou de apreensões. Fez tudo que os homens fizeram. Mas diz que as mulheres têm seu diferencial:
— Vejo que o fato de eu ser mulher é positivo para o contato com os moradores. Muitas meninas me veem e falam que querem ser PM também.
Formada em Educação Física, Flavia só não agrada a uma pessoa, sua avó, que não gosta de vê-la entrando em favelas e trocando tiros com bandidos. No domingo passado, a avó telefonou para a neta no momento em que Flavia estava no Alemão. Ele preferiu dizer que não estava no morro.
— Aí ela me disse: “Estou ouvindo o som dos tiros, Flavia”. Eu respondi que eram fogos. Mas ela não acreditou, porque depois me viu na televisão — diverte-se.
Pronta para futuros desafios — Rocinha e Maré estão aí para não deixá-la mentir —, Flavia agora quer uns dias de folga. Até as mais corajosas precisam descansar a beleza.
Pronta para futuros desafios — Rocinha e Maré estão aí para não deixá-la mentir —, Flavia agora quer uns dias de folga. Até as mais corajosas precisam descansar a beleza.
FONTE: CASO DE POLICIA - EXTRA ONLINE
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