A operação foi fruto de desmembramento da operação Citronela, que desbaratou quadrilha de traficantes que atuava em Natal. Em outubro do ano passado, quando as investigações sobre o tráfico estavam em curso, os promotores identificaram a atuação de policiais, na maioria dos casos, na zona Oeste de Natal, onde eles praticavam crimes militares para conseguir dinheiro.
"Eles saíam para as ruas já pensando quais seriam as ações para conseguirem dinheiro. Roubavam telefones de criminosos, exigiam dinheiro para não prenderem e, quando prendiam algum em flagrante, exigiam dinheiro para liberá-los", explicou o promotor Sílvio Britto.
Segundo o MP, os policiais trabalhavam em equipe para praticarem os crimes, deixando de cumprir com as obrigações da função. As ações não tinham um valor "tabelado" para as cobranças durante as extorsões, mas determinados traficantes costumeiramente pagavam aos policiais para que eles não tivessem o comércio de drogas atrapalhado.
"Quando se lidavam com traficantes de determinadas bocas de fumo, para não combater, eles recebiam o dinheiro", disse a promotora Patrícia Nunes. "Não havia um valor fixo. Não havia uma relação linear.
É uma relação extensa, de negociação e que variava o valor do pago pelos traficantes aos policiais", explicou o promotor Sílvio Britto.
Coletiva foi realizada na tarde desta terça-feira para esclarecer detalhes sobre a Operação Novos Rumos |
Para o Ministério Público, as provas dos crimes são suficientes para a condenação dos suspeitos, mas as investigações, que estão em segredo de Justiça, vão prosseguir. Não há ainda a definição sobre quantos crimes cada um dos envolvidos cometeu.
"Havia uma participação quase simbiótica entre policiais e pessoas da comunidade de Mosquito. Vários tipos de crimes captulados no código penal militar. Era uma prática quase que contumaz, diária, e que só pudemos acabar com o apoio da instituição da POlícia Militar, que nos ajudou bastante", disse o promotor Jorge Augusto de Macêdo Tonel.
Para o comandante-geral da PM, coronel Ângelo Dantas, os fatos citados entristecem a corporação, mas não serão suficientes para desmoralizar ou diminuir a instituição perante a sociedade.
"Não são fatos dessa natureza que vão nos abalar ou diminuir nossa atuação. Infelizmente, já aconteceram fatos assim em outros anos. Não foram os primeiros e, infelizmente, não serão os últimos. Lamentamos, mas informamos que a PM estará sempre de cabeça erguida para apurar com profundidade esses crimes", disse o comandante.
FONTE:TRIBUNA DO NORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário