Doença afeta 65 milhões em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que 65 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com glaucoma em todo o mundo – dessas, 900 mil são brasileiras. Provocada pela elevação da pressão ocular, a doença não tem cura e, quando não é tratada, pode levar à cegueira.
Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro de 2003 ao último mês de março foram realizados, no SUS (Sistema Único de Saúde), mais de 3 milhões de atendimentos a pacientes com glaucoma, entre exames, consultas e cirurgias. Em oitos anos – de 2003 a 2010, a assistência para estes brasileiros cresceu 145 vezes, saltando de 10.150 procedimentos para 1.472.675. Em oito anos, o investimento do Ministério da Saúde, neste segmento, aumentou quase 300 vezes: passou de R$ 294 mil, em 2003, para R$ 87 milhões, segundo o órgão.
Para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Alípio de Sousa Neto, explicou que a principal barreira a ser vencida no país é o hábito de procurar um médico somente diante da presença de sintomas.
- A pessoa não vai sentir nada. Só vai sentir na fase mais avançada, quando começa a esbarrar nas coisas.
Isso porque, segundo ele, a doença pode se desenvolver durante meses ou anos sem apresentar nenhum sintoma. A saída é investir em exames periódicos – pelo menos uma vez ao ano.
Pessoas que têm parentes portadores de glaucoma, indivíduos com mais de 40 anos, pacientes com alto grau de miopia e diabéticos devem estar ainda mais atentos à realização dos testes de rotina. Após o diagnóstico, o tratamento vai desde a utilização de colírios, que baixam a pressão ocular, a cirurgias e ao uso do laser.
- Uma gota por dia de colírio já é suficiente para resolver o problema. Pela vida toda. Mas tem que estar controlado.
O oftalmologista alertou para que as pessoas não façam uso indiscriminado de medicamentos para os olhos, já que eles podem, inclusive, agravar o glaucoma se mal utilizados.
De acordo com a OMS, a cada ano são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma no mundo. A doença pode se manifestar de diferentes maneiras: de ângulo aberto (80% dos casos), de ângulo fechado, de pressão normal, pigmentar, secundário e congênito e é responsável por cerca de 13% da cegueira derivada de enfermidade.
No Brasil, o glaucoma é a terceira causa de cegueira. Doenças como diabetes, hereditariedade, miopia e lesões oculares são as principais causas do glaucoma.
Saiba mais sobre a doença:
- Pessoas com histórico familiar de glaucoma têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença
- Os diabéticos e negros são mais propensos a desenvolverem glaucoma de ângulo aberto – em geral, este tipo de glaucoma não apresenta sintomas e o paciente não sente dor e perde lentamente a visão
- Os asiáticos têm maior tendência a desenvolverem glaucoma de ângulo fechado, forma da doença em que ocorre um rápido aumento da pressão do olho. Os sintomas podem incluir dores oculares e dores de cabeça intensas, olhos avermelhados
- A prevalência de doenças oculares que levam ao comprometimento da visão cresce com o avanço da idade. As taxas maiores de cegueira e baixa visão são observadas com o aumento da vida média da população
- Na população com mais de 50 anos de idade, as principais causas de cegueira são a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração macular (perda da visão no centro do campo visual, a mácula).
FONTE: R7
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