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sábado, 11 de dezembro de 2010

Vice-prefeita de Jandira diz que não se sente segura para assumir



Corpo de prefeito Braz Paschoalin foi enterrado na Grande SP. Família suspeita que assassinato tenha motivação política.
Vice-prefeita de Jandira
Vice-prefeita de Jandira diz ter medo. (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
A vice-prefeita de Jandira, Anabel Sabatine, do PSDB, disse na tarde deste sábado (11), durante o enterro do prefeito assassinado, que não se sente segura para assumir o cargo. O corpo de Braz Paschoalin foi sepultado às 16h45 deste sábado.
Paschoalin foi assassinado a tiros na manhã de sexta-feira na porta de uma rádio da cidade da Grande SP. Para a família dele, a motivação do crime é política.

"Não me sinto segura. Sei que existem grupos querendo que eu não assuma", informou Anabel, sem, no entanto, revelar a quem se referia. “Eu vou assumir. Eu vou assumir, custe o que custar, doa a quem doer, e vai ser um governo honesto, custe o que custar e doa a quem doer. Quem quiser ser honesto e ficar do meu lado, estou de braços abertos. Quem quiser tirar dinheiro de um povo honesto pode sair”, disparou.
No cemitério municipal, que estava lotado para a cerimônia, Anabel informou que vai reforçar sua segurança pessoal, e pediu que o caso de Braz "seja elucidado o mais rápido possível".
Ela admitiu ter "divergências admiinistrativas" mas não pessoais com Paschoalin, que estava em seu terceiro mandato e que foi considerado por ela como "um amigo". A vice-prefeita declarou ainda que vai fazer um governo com "transparência e equilíbrio" e pediu justiça.
Na manhã deste sábado, o Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), pediu a quebra do sigilo telefônico dos quatro suspeitos de participarem da morte de Braz Paschoalin.
A Justiça de São Paulo decretou nesta madrugada a prisão temporária por 30 dias dos quatro homens. Ainda pela manhã, eles foram transferidos da delegacia de Santana do Parnaíba, também na região metropolitana, e foram para outra cidade da região, que não foi divulgada por razões de segurança.
Outra pista investigada pela polícia é o carro abandonado e possivelmente usado pelos criminosos. A polícia já sabe que se trata de um veículo roubado e que teve documentos falsificados na capital paulista.
Os delegados também procuram por câmeras de segurança que possam ter registrado a movimentação do carro que perseguiu o prefeito e também depois do crime, durante a fuga. A polícia suspeita que outro veículo também tenha sido utilizado no crime.
Paschoalin morreu quando chegava à Rádio Astral FM, onde todas as sextas-feiras participava de um programa de entrevistas, no qual respondia perguntas de ouvintes. O barulho produzido por cerca de 15 disparos que mataram o prefeito pôde ser ouvidos ao vivo por quem acompanhava a programação da Rádio Astral FM. Uma adolescente de 17 anos presenciou o crime e foi ouvida pela polícia.
(Ouça abaixo o som dos disparos que mataram o prefeito de Jandira).

Investigações do Ministério Público

Políticos de Jandira são alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo, que apura um esquema de corrupção envolvendo o prefeito assassinado e cinco vereadores. Segundo a promotoria, Paschoalin pagaria propina a vereadores para que projetos fossem aprovados na Câmara.
Um ex-secretário e braço direito dele é suspeito de entregar mais de R$ 200 mil para cinco vereadores. Dois deles foram flagrados em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça. O Gaeco obteve também a quebra do sigilo bancário de um ex-secretário e dos cinco vereadores. Os promotores vão acompanhar as investigações da polícia porque há suspeita que o esquema de corrupção tenha relação com a morte do prefeito.
“A hipótese de crime político também é investigada assim como várias outras, uma vez que há comprovadamente um esquema de corrupção envolvendo alguns vereadores na cidade de Jandira”, explicou o promotor Roberto Porto.
FONTE: G1

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