FOTO: RAUL PEREIRA |
Sob os critérios de exigência máxima e qualidade total, a Justiça negou a transferência de presos do Rio de Janeiro (RJ) para o Presídio Federal de Mossoró (PFM). Alegando "problemas estruturais" na unidade, o juiz corregedor do PFM, Mário Jambo, indeferiu a inclusão de dois presos acusados de participação nos recentes ataques ocorridos na capital carioca. O Presídio Federal de Mossoró já abriga 11 presos de alta periculosidade do RJ. A inclusão de novos presos só após serem resolvidas rachaduras e a falta de abastecimento de água próprio.
Segundo o juiz corregedor do PFM, Mário Jambo, as solicitações para as transferências de dois presos por envolvimento na série de ataques ocorrida no RJ foram feitas por um juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça da capital carioca. As duas vagas seriam para abrigar dois homens considerados líderes dos ataques. Mário Jambo informou que durante a guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro, chegou a receber pedidos para autorização de transferências de presos considerados chefões do tráfico da capital fluminense.
"Até nesse problema do Rio de Janeiro eu tive que lamentar, porque me pediram duas vagas para criminosos do Estado e eu falei que não poderia atender", diz Jambo. Por questões de segurança, as identidades dos mesmos são mantidas sob sigilo. Diante da impossibilidade do Presídio Federal de Mossoró de receber novos presos, o juiz Mário Jambo orientou a transferência para a unidade de Catanduvas, no Paraná. Até o último dia 2, pelo menos 145 pessoas tinham sido presas, entre traficantes foragidos dos conjuntos de favelas e pessoas que participaram dos ataques contra carros e ônibus no RJ.
De acordo como o magistrado, a unidade de Mossoró atualmente encontra-se sob estado de "interdição parcial", onde a inclusão de novos presos no presídio está temporariamente suspensa até que problemas detectados relacionados a rachaduras e falta de abastecimento de água próprio sejam resolvidos. Por causa dessas deficiências, ele decidiu não permitir o ingresso de detentos no local até que os problemas estruturais sejam solucionados. "Problemas desse tipo fazem cair a qualidade estrutural que se requer de um presídio federal, mesmo sem que o aspecto da segurança máxima não tenha sido afetado", explicou Mário Jambo que elogiou o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pela direção da unidade e demais servidores.
De acordo com Jambo, laudos da Polícia Federal mencionam a possibilidade de "falha estrutural" no presídio, que foi inaugurado em julho do ano passado. Além das rachaduras, o presídio do Rio Grande do Norte não tem um abastecimento de água adequado. Construído em um local árido e isolado do Estado, o prédio federal é abastecido por um poço do Complexo Penitenciário Estadual Agrícola Mário Negócio (CPEAMN).
O diretor da unidade prisional federal, o delegado Kércio Silva Pinto, considera acertada a medida e garante que os problemas serão sanados até fevereiro. Ainda segundo ele, as rachaduras são encontradas apenas no prédio administrativo. "Isso porque, essa parte foi construída com tijolos e cimento. Pelo fato de aqui ser muito quente, o calor provoca essas rupturas nas paredes. Engenheiros já vieram aqui e vamos enviar um laudo ao juiz para que ele decida quais as medidas a serem tomadas". Ele continua dizendo que "não há qualquer uma (rachadura) no setor de segurança máxima, onde ficam as celas, que foi construído com concreto".
Kércio Pinto afirma que o problema principal é o de abastecimento. "A água que usamos vem de um poço da Penitenciária Estadual Mário Negócio. O juiz então percebeu que era necessária a construção do nosso próprio poço, para solucionar para sempre essa questão". Segundo o diretor da unidade, um projeto será enviado hoje ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para que seja construída essa estrutura. "E será aberto, então, o edital de licitação para tal obra".
Rachaduras e água
De acordo com o diretor do presídio, Kércio Pinto, as rachaduras existentes nas instalações da unidade se limitam as paredes da sala da diretoria e não afetam outras dependências do prédio como a área das celas que são de concreto. Ele explicou que as pequenas rachaduras foram provocadas pelo intenso calor associado ao terreno do local. "Tecnicamente a causa das rachaduras é a acomodação do solo. Por isso, que uma equipe de engenheiros do Depen - Departamento Penitenciário Nacional - já realizou uma inspeção na unidade na semana passada e a avaliação preliminar é de que a estrutura não apresenta riscos."
A equipe de engenheiros do Depen também foi composta por geólogos que avaliaram o solo. Peritos da Polícia Federal também já inspecionaram a situação do presídio que, conforme o diretor, não apresenta nenhuma área interditada, devido a falhas estruturais. Ainda segundo Kércio Pinto, está previsto para que no próximo mês se instale nas penitenciárias federais uma equipe de manutenção predial para dar suporte aos serviços de conservação das instalações. Sobre o fato da unidade não ter abastecimento de água próprio, ele disse que este problema já estar sendo resolvido. "Estamos providenciando a perfuração e construção de um poço d'água para suprir as necessidades hídricas da unidade e ainda também servir para a população que reside em comunidades vizinhas do presídio."
Traficantes do RJ
Considerado de segurança máxima, o presídio federal de Mossoró abriga atualmente 38 detentos, incluindo 11 do Rio de Janeiro, apesar de possuir capacidade para 208 presos. No dia 06 de março deste ano, passou a contar com mais 11 detentos nas suas celas. Cri-minosos de alta periculosidade foram transferidos do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, para a unidade de segurança máxima, inaugurada em julho do ano passado. Os presos removidos por determinação judicial respondem por tráfico de dro-gas e de armas e são considerados líderes de facções criminosas.
Na ocasião foram removidos: Patrick Salgado Souza (Patrick do Vidigal), ex-chefe do morro do Vidigal; Márcio Gomes de Medeiros, chefe do Turano; Edmilson Ferreira dos Santos (Sassá), um dos maiores traficantes de armas e drogas do estado e um dos chefes da mesma facção criminosa que controla a venda de drogas na Rocinha; os irmãos Luiz Carlos Gomes (Luiz Queimado) e Luiz Paulo Gomes Jardim (Paulinho Madureira), que controlam parte da venda de drogas em São Gonçalo; além de Antônio Ilário Ferreira (Rabicó), Márcio Gomes de Medeiros (Marcinho do Turano), Juliano Gonçalves de Oli-veira (Juca), José Benemário de Araújo (Benemário), Bruno Coutinho (Brunaldo) e Tiago Rangel da Fonseca (TH).
Segundo o juiz corregedor do PFM, Mário Jambo, as solicitações para as transferências de dois presos por envolvimento na série de ataques ocorrida no RJ foram feitas por um juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça da capital carioca. As duas vagas seriam para abrigar dois homens considerados líderes dos ataques. Mário Jambo informou que durante a guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro, chegou a receber pedidos para autorização de transferências de presos considerados chefões do tráfico da capital fluminense.
"Até nesse problema do Rio de Janeiro eu tive que lamentar, porque me pediram duas vagas para criminosos do Estado e eu falei que não poderia atender", diz Jambo. Por questões de segurança, as identidades dos mesmos são mantidas sob sigilo. Diante da impossibilidade do Presídio Federal de Mossoró de receber novos presos, o juiz Mário Jambo orientou a transferência para a unidade de Catanduvas, no Paraná. Até o último dia 2, pelo menos 145 pessoas tinham sido presas, entre traficantes foragidos dos conjuntos de favelas e pessoas que participaram dos ataques contra carros e ônibus no RJ.
De acordo como o magistrado, a unidade de Mossoró atualmente encontra-se sob estado de "interdição parcial", onde a inclusão de novos presos no presídio está temporariamente suspensa até que problemas detectados relacionados a rachaduras e falta de abastecimento de água próprio sejam resolvidos. Por causa dessas deficiências, ele decidiu não permitir o ingresso de detentos no local até que os problemas estruturais sejam solucionados. "Problemas desse tipo fazem cair a qualidade estrutural que se requer de um presídio federal, mesmo sem que o aspecto da segurança máxima não tenha sido afetado", explicou Mário Jambo que elogiou o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pela direção da unidade e demais servidores.
De acordo com Jambo, laudos da Polícia Federal mencionam a possibilidade de "falha estrutural" no presídio, que foi inaugurado em julho do ano passado. Além das rachaduras, o presídio do Rio Grande do Norte não tem um abastecimento de água adequado. Construído em um local árido e isolado do Estado, o prédio federal é abastecido por um poço do Complexo Penitenciário Estadual Agrícola Mário Negócio (CPEAMN).
O diretor da unidade prisional federal, o delegado Kércio Silva Pinto, considera acertada a medida e garante que os problemas serão sanados até fevereiro. Ainda segundo ele, as rachaduras são encontradas apenas no prédio administrativo. "Isso porque, essa parte foi construída com tijolos e cimento. Pelo fato de aqui ser muito quente, o calor provoca essas rupturas nas paredes. Engenheiros já vieram aqui e vamos enviar um laudo ao juiz para que ele decida quais as medidas a serem tomadas". Ele continua dizendo que "não há qualquer uma (rachadura) no setor de segurança máxima, onde ficam as celas, que foi construído com concreto".
Kércio Pinto afirma que o problema principal é o de abastecimento. "A água que usamos vem de um poço da Penitenciária Estadual Mário Negócio. O juiz então percebeu que era necessária a construção do nosso próprio poço, para solucionar para sempre essa questão". Segundo o diretor da unidade, um projeto será enviado hoje ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para que seja construída essa estrutura. "E será aberto, então, o edital de licitação para tal obra".
Rachaduras e água
De acordo com o diretor do presídio, Kércio Pinto, as rachaduras existentes nas instalações da unidade se limitam as paredes da sala da diretoria e não afetam outras dependências do prédio como a área das celas que são de concreto. Ele explicou que as pequenas rachaduras foram provocadas pelo intenso calor associado ao terreno do local. "Tecnicamente a causa das rachaduras é a acomodação do solo. Por isso, que uma equipe de engenheiros do Depen - Departamento Penitenciário Nacional - já realizou uma inspeção na unidade na semana passada e a avaliação preliminar é de que a estrutura não apresenta riscos."
A equipe de engenheiros do Depen também foi composta por geólogos que avaliaram o solo. Peritos da Polícia Federal também já inspecionaram a situação do presídio que, conforme o diretor, não apresenta nenhuma área interditada, devido a falhas estruturais. Ainda segundo Kércio Pinto, está previsto para que no próximo mês se instale nas penitenciárias federais uma equipe de manutenção predial para dar suporte aos serviços de conservação das instalações. Sobre o fato da unidade não ter abastecimento de água próprio, ele disse que este problema já estar sendo resolvido. "Estamos providenciando a perfuração e construção de um poço d'água para suprir as necessidades hídricas da unidade e ainda também servir para a população que reside em comunidades vizinhas do presídio."
Traficantes do RJ
Considerado de segurança máxima, o presídio federal de Mossoró abriga atualmente 38 detentos, incluindo 11 do Rio de Janeiro, apesar de possuir capacidade para 208 presos. No dia 06 de março deste ano, passou a contar com mais 11 detentos nas suas celas. Cri-minosos de alta periculosidade foram transferidos do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, para a unidade de segurança máxima, inaugurada em julho do ano passado. Os presos removidos por determinação judicial respondem por tráfico de dro-gas e de armas e são considerados líderes de facções criminosas.
Na ocasião foram removidos: Patrick Salgado Souza (Patrick do Vidigal), ex-chefe do morro do Vidigal; Márcio Gomes de Medeiros, chefe do Turano; Edmilson Ferreira dos Santos (Sassá), um dos maiores traficantes de armas e drogas do estado e um dos chefes da mesma facção criminosa que controla a venda de drogas na Rocinha; os irmãos Luiz Carlos Gomes (Luiz Queimado) e Luiz Paulo Gomes Jardim (Paulinho Madureira), que controlam parte da venda de drogas em São Gonçalo; além de Antônio Ilário Ferreira (Rabicó), Márcio Gomes de Medeiros (Marcinho do Turano), Juliano Gonçalves de Oli-veira (Juca), José Benemário de Araújo (Benemário), Bruno Coutinho (Brunaldo) e Tiago Rangel da Fonseca (TH).
FONTE: CORREIO DA TARDE
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