O blog GTC MOSSORÓ procura por correspondentes em outras cidades para colaborar com nossas postagens diárias. Envie-nos fotos; relate o FATO; ENTRE EM CONTATO. Desde já,agradecemos a colaboração! VENHA FAZER PARTE DESTA EQUIPE! Interessados enviar e-mails para gtcmossoro@gmail.com,gtcmossoro@hotmail.com, SKYPE - gtcmossoro

Pesquisar este blog

UTILIDADES PÚBLICAS

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Comandante da FAB prefere caças americanos, diz embaixador dos EUA


Brigadeiro Juniti Saito teria dito que “franceses não podem reclamar”

Lee Jung-Hoon/25.07.2010/Yonhap/Reuters

A maior autoridade da Aeronáutica teria dito que a melhor opção do Brasil para a compra de 36 aviões de combate é o F-18 Super Hornet, produzido pela empresa norte-americana Boeing. Segundo o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, o brigadeiro Juniti Saito, comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), afirmou que o caça americano tem o “melhor custo-benefício” para o Brasil.
A preferência é citada em um telegrama secreto enviado de Brasília em 31 de julho do ano passado pelo então embaixador. A carta é uma das mais de 250.000 correspondências emitidas de representações americanas em todo mundo para o governo americano, reveladas na última semana pela ONG WikiLeaks.
Desde que foi relançado, em maio de 2008, o F-X2, projeto de renovação da FAB vem se arrastando sem uma definição final, apesar da preferência explícita do ministro da Defesa, Nelson Jobim, pelo caça Rafale, da montadora francesa Dassault.
Além do F-18 Super Hornet e do Rafale, concorre também o caça Gripen NG, da sueca Saab, que, no início do ano, havia sido classificado pela FAB como a melhor opção, por ter custos de manutenção mais baratos.
Na carta, divulgada neste domingo (5), Sobel relata que Saito havia jantado com o comandante do Comando Sul do EUA, general Doug Fraser. No encontro, ele teria afirmado que “não havia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era uma aeronave superior”.
“Nós temos voado em equipamento dos Estados Unidos por décadas. [...]Sabemos que é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo-benefício por meio do sistema de vendas militares externas”. A fala é uma transcrição do que Saito teria dito no encontro.
Sobre a preferência política do governo brasileiro pelos Rafale, Saito teria afirmado ainda que os franceses “não poderiam reclamar, já que eles acabaram de assinar um acordo de US$ 14 bilhões [R$ 23,7 bilhões] com o Brasil”, para a compra de helicópteros e submarinos.

Transferência de tecnologia

O embaixador ressalta, porém, que a maior objeção para a escolha do F-18 era a desconfiança que autoridades brasileiras tinham quanto à transferência de tecnologia.
O temor era que os EUA, temendo uma “corrida armamentista” na América do Sul, vetasse a abertura de códigos eletrônicos de armas ou sistemas de navegação. Com a compra, o Brasil tem interesse em desenvolver a indústria bélica e aeronáutica.
Para dissipar as dúvidas, Saito teria dito que precisava de uma carta oficial em que os EUA se comprometeriam a abrir a tecnologia do avião. O prazo para isso era o dia 6 de agosto do ano passado, já que o processo de escolha estaria em fase final.
Um mês depois, ressalta o embaixador, Lula receberia o presidente da França, Nicolas Sarkozy, diretamente envolvido nas negociações, nas comemorações da Independência em Brasília, no dia 7 de setembro do ano passado. Na ocasião, Lula acabou se antecipando e disse que o Rafale já havia sido escolhido.
O episódio chegou a gerar constrangimento das concorrentes, que faziam intenso lobby e barganhas para vender os caças. O anúncio informal, antes da conclusão do processo de concorrência, foi interpretado como falta de seriedade. O governo voltou atrás e a escolha acabou sendo adiada.
Neste ano, com as eleições, o processo ficou temporariamente suspenso e Lula decidiu que só bateria o martelo com participação de Dilma Rousseff. A presidente eleita deve se encontrar com Jobim ainda nesta semana para discutir o assunto.
Estima-se que a compra do lote de aviões possa chegar a US$ 10 bilhões [R$ 17 bilhões], custo mais alto que o trem-bala que ligará Rio a São Paulo, previsto para 2014.
Segundo as últimas negociações, ocorridas em fevereiro, a sueca Saab oferecia o pacote completo, incluindo manutenção por 30 anos, pelo preço de US$ 6 bilhões [R$ 10,1 bilhões]. A proposta da Boeing ficou em US$ 7,7 bilhões [R$ 13 bilhões]. O preço mais salgado era o da Dassault: US$ 10,2 bilhões [R$ 17,2 bilhões].
Ainda neste domingo (5), o R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da FAB para confirmar o teor das declarações citadas. Por telefone, a reportagem foi informada que ainda não havia uma posição oficial da Aeronáutica sobre o assunto. Foi ainda enviado e-mail pedindo confirmação, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
FONTE:R7

Nenhum comentário: