Há meses as contas não chegam mais no dia planejado na residência da dona de casa Cristina de Medeiros. Quase todo mês ela acaba pagando juros por não receber os boletos antes do prazo para o pagamento. "É sempre a mesma coisa. Se o vencimento é dia 10, os Correios só entregam quatro ou cinco dias depois. Às vezes demora até mais. Eu fico revoltada", reclama.
O problema da entrega atrasada das correspondências vem se desenrolando há bastante tempo na cidade. Enquanto os moradores buscam soluções de todas as formas, o órgão alega não ter funcionários suficientes para suprir a demanda. As empresas responsáveis pelas cobranças via correspondência não aceitam a deficiência dos Correios como justificativa para que as contas sejam pagas sem juros, mesmo estando atrasadas.
O Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) local diz que os consumidores têm a obrigação de saber a data exata do pagamento de cada conta. Por isso, devem procurar outras formas de quitar o débito, seja solicitando a fatura de outra forma ou fazendo pagamentos avulsos, ou seja, sem o boleto, apenas com o valor da dívida.
"Antes a gente pelo menos podia ir ao Correio para pegar as correspondências. Isso era feito na agência aqui do Centro. Agora nem isso eles deixam mais. Ou seja, a gente fica de mãos atadas. A gente liga para a empresa explicando, mas eles não querem saber. Às vezes eles querem mandar a fatura pela internet, mas para quem não tem acesso, como eu, o que é que eu vou fazer? É muito mais difícil", justifica Cristina. De acordo com ela, os carteiros que fazem a entrega das correspondências alegam sempre a mesma coisa.
"Eles dizem que tem pouco carteiro para a quantidade de entregas e que um só faz sozinho a entrega das cartas de vários bairros", comenta. Conforme o assessor de comunicação dos Correios no Rio Grande do Norte, João Vianey, as providências adotadas foram a contratação de profissionais. "Porém o problema só será resolvido com a realização de concurso público. Sobre esse assunto, estamos num impasse, pois o concurso deveria ter sido realizado no dia 28 de novembro, mas não ocorreu.
A assessoria destaca que enquanto o concurso não é realizado, a ECT tem buscado a regularização de toda a sua capacidade operacional, de forma a normalizar os prazos de entrega dos objetos postais. Os Correios têm adotado diversas medidas para regularizar a distribuição postal como a ampliação do trabalho em final de semana; realização de horas-extras; a conclusão do processo para contratação de mão-de-obra temporária , com margem para abertura de novas vagas, sempre que o serviço exigir e a recente designação de gestores da Gerência do nosso Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas para apoiar, tecnicamente, o trabalho de distribuição de objetos postais, com prioridade na área urbana de Mossoró.
FONTE: O MOSSOROENSE
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