Policiais civis acusados de matar menor

Familiares e amigos de Jerberson Aslan Oliveira da Silva, 15 estão revoltados com o assassinato do menor. O adolescente teria sido morto com um tiro, pelas costas, por policiais civis, sem motivo aparente. O homicídio ocorreu na sexta-feira (2), na travessa Doutor Alfredo Lira, no bairro do Alecrim.

Emanuel AmaralVelório do rapaz Jerberson Aslam da Silva, assassinado por policiais civis

Pai, mãe, irmãos e a comunidade do bairro das Quintas (onde o garoto residia) estão indignados com a violência sofrida por Jerberson que trabalhava como pintor de paredes para ajudar a família e se preparava para voltar a estudar.

O sepultamento do adolescente ocorreu às 16 horas do sábado (3), no cemitério Bom Pastor II.

A Tribuna do Norte teve acesso ao boletim de ocorrência de número 351/2010 registrado na Delegacia de Plantão da zona Sul e assinado pelo delegado Custódio Arrais Pinto Neto, titular da 3ª equipe de plantonistas. No documento, a mãe do menor Maria Gorete de Oliveira da Silva, 42 relatou que Jerberson conversava com amigos, quando por volta das 11h30, os rapazes teriam sido abordados por dois homens em um veículo Fox, de cor preta. Ainda de acordo com o depoimento da mãe, um policial civil identificado como “Marcelo” perguntou ao rapaz se ele era o “brinquedo do cão da área”. Jerberson respondeu que não. “Marcelo” teria descido do carro e agredido fisicamente o menor com dois socos no rosto.

Emanuel AmaralJerberson Aslam Oliveira, vítima de homicídio por policiais civis no Alecrim

Consta no boletim que um outro policial identificado como “Custódio” que também estaria dentro do automóvel teria descido do veículo e efetuado dois tiros. Um dos disparos atingiu o adolescente.

A TN também teve acesso ao laudo cadavérico do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) de número 01.0456, onde consta que a vítima morreu com um tiro nas costas.

Velório

Durante a manhã e início da tarde do sábado, o corpo de Jerberson foi velado na casa de uma tia, no bairro das Quintas. Dona Gorete afirmou que o filho nunca se envolveu com drogas, que não tinha inimigos e que era um rapaz

trabalhador e querido na comunidade. “Todos viram que “Marcelo”, o policial civil deu tapas no rosto do meu filho e mandou que ele caminhasse. Depois “Custódio” que também é policial atirou nele, pelas costas”, contou a mãe chorando compulsivamente.

Sebastião Carneiro da Silva, 48, pai da vítima disse que um dos policiais levou Jerberson até o hospital Walfredo Gurgel. ““Marcelo” abandonou meu filho no hospital e foi embora”

Rivânia Oliveira da Silva, 21 irmã do adolescente afirmou que a família e os amigos querem que a justiça seja feita. “Esses policiais precisam ser expulsos da Polícia. E agora? Onde está a justiça? Se fosse filho de uma pessoa rica, os policiais já estariam presos”

Um adolescente de 15 anos que testemunhou o homicídio está em um local reservado. “Ele está seguro. Vai contar à polícia tudo o que viu”, relatou Sebastião Carneiro.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE