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sábado, 27 de março de 2010

Veja o que diz o Jornal Gazeta do Oeste arespeito da morte do ex-prefeito.

Ex-prefeito e dois PMs são mortos com mais de 300 tiros

Gilberto de Sousa
Com informações de Luciano Maia

  O agropecuarista e ex-prefeito do município de Campo Grande, Antônio Veras, foi assassinado numa emboscada por volta das 17h30 de ontem, na BR-126, próximo ao município de Janduís. Ele estava acompanhado dos policiais militares identificados por Solano e Jakson, que no momento faziam sua segurança particular e também foram mortos. No local, a polícia recolheu vários projéteis de armas de grosso calibre como 40, 44, 380, fuzil, pistolas 9 milímetros, entre outras. A polícia calcula que o triplo homicídio foi praticado por cerca de dez homens até ontem à noite não identificados.
Antônio Veras e seus seguranças viajavam em uma Frontier, cinza, de placas MXP - 5681. Eles haviam saído de Caicó por volta das 14h em direção ao sítio Monte Alegre, de sua propriedade, em Janduís. A emboscada aconteceu a cerca de seis quilômetros do sítio e as poucas testemunhas relataram à polícia que ouviram apenas os disparos. O agropecuarista Antônio Veras e os policiais ficaram deformados diante da violência dos tiros. O policial Solano ainda tentou sair do carro, mas não teve como reagir.
Logo após os crimes, a polícia de toda região foi mobilizada. Mais de 50 policiais do GTO das cidades de Janduís, Mossoró, Apodi e Assu, comandados pelos delegados George Leão, Inácio Rodrigues, Clayton Pinho e Renato Batista procederam as primeiras diligências, mas não conseguiram, até a noite, pistas dos assassinos.
Ainda ontem à noite os corpos das vítimas foram conduzidos para os exames de praxe no Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) em Mossoró, para serem liberados hoje para o sepultamento. Os primeiros passos da investigação policial apontam para a possibilidade de os crimes terem sido praticados devido a rixas antigas oriundas de questões políticas, mas por enquanto, tudo não passa de mistério e suposições. Antônio Veras andava sempre com seguranças porque tinha muitos inimigos.

Agropecuarista previa que a próxima vítima poderia ser ele

O agropecuarista Antônio Veras, detentor da força política na região de Campo Grande entre os anos de 1997 e 2000, desde a segunda metade do ano de 2003, espreitava de que algo de ruim poderia lhe acontecer de uma hora para outra, isso em virtude de no dia 12 de maio de 2003 seu irmão, agropecuarista Vicente de Paula Veras Neto, 46 anos, então residente no sítio Monte Alegre, zona rural de Janduís, juntamente com seu auxiliar, o agricultor Erimar Bezerra Alves, 20, terem sido atacados em uma emboscada na RN 233 entre as cidades de Triunfo Potiguar e Paraú. Os dois foram assassinados com requintes de perversidade, assim como havia acontecido com o familiar mais velho, isto é, foram efetuados mais de 100 disparos de armas de fogo com calibres diversos e depois, em pouco menos de 90 dias, a vez de seu outro irmão, o panificador Júlio César da Nóbrega Martins Veras, também ter caído em uma tocaia de natureza violenta.
O panificador Júlio César da Nóbrega Veras seguia de Caraúbas para campo Grande em um veículo tipo Gol acompanhado da pessoa de Martins Veras, seu primo, quando ao se aproximarem de uma curva sinuosa foram surpreendidos por vários homens que saíram de dentro de um bueiro. O comerciante, alvejado com vários tiros na cabeça, morreu no local, enquanto que seu acompanhante sobreviveu ao atentado e tempos depois ajudou a polícia a chegar até os suspeitos de terem cometido o crime.
Quando do sepultamento de Júlio Veras, o ex-prefeito saiu do anonimato em que vivia desde ter se afastado da política e num contato com a imprensa fez um profundo desabafo, oportunidade em que cobrou do Estado providências para a mortandade que assolava a região.
Segundo informações, a par desta drástica situação a que seus entes queridos foram submetidos, ele decidiu por passar a mudar de residência, passando a morar na cidade de Caicó, mas ameaças não lhe faltavam, a ponto ter que contratar um grupo de homens para manter-se ao lado dele como seguranças. 


'Quem será o próximo? Não sei. Pode ser eu'

Em entrevista exclusiva ao repórter Eduardo Tomé, em 2003, Antônio Veras fez um desabafo ao cobrar uma política de segurança mais enérgica contra a pistolagem e grupos de extermínios. Veja alguns trechos:

"Este grupo tem uma forma, uma maneira marcante de agir que é esfacelando a cabeça das pessoas e as atacando no caminho. Não sei por que tudo isto está acontecendo com nossa família. Meu irmão mora há mais de dez anos em Alexandria e nunca criou inimizade com ninguém".
"É violência demais para um Estado tão pequeno como o Rio Grande do Norte. O governo precisa se movimentar e adotar medidas enérgicas contra estas gangues violentas que vêm espalhando o terror na região. Não temo nada. Não soletro a palavra medo. Com relação a este bando de exterminação, ele vem atuando não só no Rio Grande do Norte, mas em Estados vizinhos".
"Fizemos um levantamento recentemente e constatamos que na região cerca de 163 áreas rurais foram abandonadas pelos seus proprietários. Expulsos por estas quadrilhas que provavelmente querem este espaço para ocultar cadáveres ou drogas. Não é admissível que uma coisa desta natureza aconteça. O que aconteceu com meus irmãos eu não engulo calado. Estou conversando com vocês porque sou muito paciente, mas é difícil a situação".
"Quem será o próximo, não sei. Pode ser eu, pode ser um de vocês da imprensa por acharem necessário divulgar a identidade de um destes elementos se um dia eles forem encontrados. Não tenho medo. Por enquanto vamos nos manter em sigilo. O momento é grave".
"Uma hipótese é o fato de que possam estar querendo nos expulsar da região. Fui prefeito por quatro anos e matei a fome e a sede de muita gente. Hoje a população passa fome".
"O Estado está entregue à bandidagem. Para onde vai esta avalanche de insegurança pública? Bandido hoje não passa seis meses na cadeia. Homem de bem então para se livrar da Justiça tem muito trabalho".
"Há três meses duas crianças esperam o retorno de um pai que saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Agora, mais três se acham órfãs de um pai que não tinha inimigos. Nossa família é formada por mais de oito mil pessoas e todos nós queremos paz".
retirada da gazeta do oeste

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