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sexta-feira, 18 de março de 2011

CORRUPÇÃO: UMA DOENÇA NA POLÍTICA BRASILEIRA

FICHA INFORMATIVA
Reproduzido de: A queima roupa
Autor: Antonio Jorge Ferreira Melo
Publicação: 17/03/2011
Imagem: Montagem sobre imagem retirada do Google Image
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Ao contrário do que pensa o ingênuo senso comum, não se pode afirmar que o brasileiro seja mais corrupto do que os membros de outras sociedades do mundo ocidental. A corrupção é comum para pessoas que têm acesso ao poder. Isso não é uma característica do Brasil.

Apesar de não existirem pesquisas fazendo este tipo de comparativo, ninguém pode dizer que o Brasil tenha mais corrupção dentro dos escalões do governo e entre seus funcionários públicos, do que em outros países. O que faz o Brasil ser Brasil, no contexto de tantas outras nações, não é a existência da corrupção, mas a falta de mecanismos mais eficientes de investigação e punição.

Nesse sentido, todas as escalas da estrutura do poder público no Brasil precisam, com certeza, de mecanismos de avaliação e também de punição mais eficientes. Todavia, essa constatação não deve servir para ratificar o entendimento simplista de que para acabar com a corrupção basta identificar, expurgar, punir os corruptos, pois uma laranja podre numa caixa estraga todas as outras.

Será que o governo, nas suas diversas esferas de poder, municipal, estadual ou federal, não é culpado por tantos servidores envolvidos com esse crime? É preciso refletir sobre isso, porque o fato de se livrar dos maus policiais, punindo, expulsando ou, até mesmo, matando, caso onde cabe bem o ditado: “cortar na própria carne”, de per si não proporcionará uma boa polícia.

Nessa lógica, é perfeitamente compreensível que em casos como o da operação policial que resultou na morte de um investigador da Delegacia de Furtos e Roubos, o Governador do Estado, num ato falho, venha a público dizer: “Não há criminoso pior do que o criminoso uniformizado, alguém que usa do distintivo da Polícia Militar, Civil ou da Polícia Técnica para extorquir ou para entrar no mundo do crime. A Bahia não vai conviver com ‘laranja podre’ na polícia”.

Eu, no lugar dele, sem repetir o ato falho, diria a mesma coisa. Em nome da governabilidade, claro! Como se nas outras esferas dos poderes não existisse corrupção. Seja no Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Mas a questão é mais complexa do que sonha a nossa vã hipocrisia, pois, não raro, a caixa ou, até mesmo, o próprio pomar favorece o apodrecimento das laranjas, quando as árvores e o próprio solo também estão contaminados. Ou seja, quando as instituições favorecem a ação dos corruptos, por serem organizacional e culturalmente complacentes com determinados tipos de corrupção, seja na base ou na cúpula.

Se fosse possível hierarquizar a corrupção, com certeza a política e não a policial seria o principal câncer que corrói as instituições nacionais. Mas o caminho mais razoável, já que não se pode punir os grandes criminosos, é punir os pequenos. Não é sem sentido que “Há uma correlação positiva entre o número de mandatos e o aumento do patrimônio declarado dos políticos”, diz o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.

Em seu livro Mudanças na classe política brasileira, Leôncio Rodrigues, examinando o perfil profissional dos parlamentares, entre outras coisas, descobriu que a carreira política é um bom negócio. Pouquíssima gente fica mais pobre depois que entra na política e, em muitos casos, há um enriquecimento desproporcional aos ganhos funcionais. Por que será?

Se levarmos, portanto, em consideração que a cultura corresponde aos padrões de conhecimento, crenças, artes, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade, chega-se à conclusão de que a corrupção passa longe de ser um caso isolado de corrosão do caráter.

Há uma canção de Ivon Cury, os mais antigos sabem de quem estou falando, que ensina: “beliscar não é pecado/ diz o senhor capelão/ conforme seja o lugar/ e o tamanho do beliscão”. O mesmo raciocínio, por certo, deve valer para os casos de corrupção. Em tese, ou para usar a lógica utilizada por muitos políticos, como conceito, desviar recursos públicos, valer-se de informações privilegiadas, etc, assim como beliscar não é pecado. O problema está, pelas normas do Capelão, nos objetivos do fato consumado.
 
Retirada do toxina

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